Conselhos para Cuidadores de Pessoas com Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer é uma doença gravemente incapacitante, progressiva e degenerativa – ou seja, o doente vai perdendo gradualmente as suas capacidade. O seu comportamento e a sua personalidade alteram-se, o que dificulta a realização das atividades de todos os dias. Os sintomas iniciais, são muitas vezes confundidos com sinais normais do envelhecimento, como perda de memória, desorientação espacial e temporal, sendo que, estes sintomas vão-se agravando ao longo do tempo.

É uma doença que afeta profundamente não só o doente, mas também todas as pessoas que lidam com de perto.

Os medicamentos podem ajudar a estabilizar e minimizar alguns sintomas, devendo ajudar-se a pessoa a adaptar-se à sua nova vida. Devem ser estimuladas as suas capacidades e autonomia, bem-estar e dignidade, devem ser preservados pelo maior período de tempo possível o seu bem-estar e dignidade.

O que posso fazer para melhorar a minha vida e a vida da pessoa de que me ocupo?

  • Não se culpe

A falta de paciência que por vezes tem, o sentimento de revolta com a situação e admitir a possibilidade de colocar a pessoa de quem cuida num lar são perfeitamente normais. Não seja demasiado exigente consigo mesmo. A vida do cuidador de um doente deste tipo é extremamente difícil, mas ao mesmo tempo cheia de sentido, pois está a dar o seu máximo para tornar a vida da pessoa que está ao seu lado o melhor possível.

  • Cuide de si

Nunca se esqueça que para cuidar bem de outra pessoa tem de zelar por si. Va vigiando regularmente a sua saúde.

  • Não fique sozinha/o

Falar com familiares de pessoas com doença de Alzheimer ou outros acompanhantes é fundamental. Afinal, são pessoas que vivem problemas muito parecidos com os seus. Ao trocarem experiencia poderão, quem sabe, encontrar soluções para problemas práticos do dia-a-dia.

Contacte a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes se Alzheimer, informe-se o melhor possível sobre a doença e fale abertamente sobre o assunto com os seus familiares, amigos e conhecidos. Tenha sempre presente que há médicos, psicólogos, terapeutas e voluntários ao seu dispor.

  • Transmita positividade

Tente fazer com que o/a doente veja o lado positivo das coias:

  • Aconselhe-o/a a concentrar-se no que ainda consegue fazer e não no que lhe é difícil ou já não consegue fazer
  • Tente ajudá-lo/a a ultrapassar a frustração. Diga-lhe para culpar a doença e não a si mesmo.
  • Aprenda a comunicar com ele/a

Tente encarar com normalidade os seguintes factos:

  • o/a doente não compreende o que lhe diz
  • não encontra as palavras de que precisa para comunicar consigo ou usa palavras que não têm a ver com o contexto – não identifica objetos, por exemplo.
  • Ponha em prática as estratégias seguintes:
    • Quando comunica com o/a doente, fique perto dele/a e olhe-o/a olhos nos olhos.
    • Permaneça calmo/a quieto/a.
    • Fale de uma maneira clara e pausadamente, com um tom de voz que não seja demasiado alto nem demasiado baixo.
    • Evite ruídos como os da rádio, televisão ou de conversas próximas.
    • Se possível, segure na mão do/a doente ou ponha a sua mão no ombro dele/a.

Durante todas as fases da doença. É muito importante que mantenha uma atitude carinhosa e tranquilizadora mesmo quando o/a doente parecer não reagir às suas tentativas de comunicar com ele/a ou às suas expressões de afeto.

Aprenda a lidar com a agressividade

A Doença de alzheimer também afeta o humor, pelo que o comportamento agressivo é comum. Já pensou no que seria deixar de ser capaz de realizar as tarefas mais banais e rotineiras do dia-a-dia, não conseguir identificar as pessoas e os lugares de sempre, não se recordar de acontecimentos e de rostos familiares? A confusão, a frustração, as oscilações do humor, a instabilidade e a agressividade são infelizmente naturais no/a doente de Alzheimer, afinal, perfeitamente compreensíveis!

Em particular, a agressividade pode manifestar-se de diversas formas: ameaças verbais, destruição de objetos, violência física, etc.

  • O que fazer? Tente pôr em prática as seguintes estratégias:
    • Procure compreender o que originou a reação agressiva
    • Não parta do principio de que o/a doente o/a quer agredir pessoalmente
    • Evite discutir, ralhar ou fazer qualquer coisa que se assemelhe a um castigo
    • Não force s contactos físicos e deixe bastante espaço livre ao/a doente
    • Fale com calma e tranquilizante
    • Procure desviar a atenção do/a doente para qualquer outra coisa
  • Previna as crises de agressividade:
    • Não sendo demasiado exigente com a rotina diária do/a doente
    • Deixe que ele/a faça o que ainda consegue fazer – no seu ritmo, sem pressas e sem exigir a perfeição
    • Não critique. Elogie (mas não demais!)
    • Ajude o/a doente, mas não faça com que pareça que está a dar ordens!
    • Procure que o/a doente se ocupe com atividades que lhe interessam
    • Assegure-se de que o/a doente faz exercício suficiente
    • Esteja atento aos sinais que possam indicar uma crise de agressividade e procure distrair a atenção do/a doente.

 cuidadores de doença de alzheimer

Referências:

Alzheimer Portugal. Disponível em http://www.alzheimerportugal.org.

Ministério da Saúde. Disponível em http://www.portalsaude.pt

Médicos de Portugal. Disponível em http://www.medicosdeportugal.saude.sapo.pt

Curiosidade #2

A depressão e outras alterações no comportamento (depressão, ansiedade e agitação), podem surgir precocemente em pessoas que posteriormente desenvolvam Doença de Alzheimer,  inclusivamente antes de começarem a ter problemas de memória,

Alzheimer e alucinações

Alguns pacientes com Demência de Alzheimer apresentam sintomas psiquiátricos concumitantes durante o curso da doença, tais como delírios e alucinações que envolvem frequentemente convicções de assaltos, roubo de bens, de infidelidade  e abandono, existem estranhos a viver em sua casa ou as pessoas da Tv estão realmente presentes  em casa.
Ocorrem alucinações em cerca de 10% dos doentes, principalmente em doentes com demência grave. A presença precoce de  de características psicóticas é indicativo de um declínio mais rápido das funções cognitivas do que doentes de Alzheimer sem alucinações.