Demência Frontotemporal (DFT)

Em poucas palavras, podemos dizer que uma Demência é uma afeção neurológica, caracterizada essencialmente pela diminuição das capacidades cognitivas e alterações comportamentais, que levam a uma perda progressiva da autonomia e da capacidade para efectuar as actividades diárias, profissionais e sociais.

As causas responsáveis pelo aparecimento de um quadro demencial são múltiplas, podendo ser: processos degenerativos primários do sistema nervoso central, doenças cerebrovasculares, traumatismos cranioencefálicos, doenças metabólicas, hidrocefalias, e em alguns casos, pode ser um conjunto de várias causas em comum.

A Demência Frontotemporal (DFT) representa um grupo de alterações com manifestações clínicas e patológicas variáveis e podem estar incluídas: a doença de Pick, a degeneração do lobo frontal, a demência frontal do tipo não Alzheimer e a doença do neurónio motor com demência.

Neurológicamente a DFT é caracterizada por atrofia na substancia cinzenta e branca das regiões pré-frontais e pólos temporais, por vezes podem surgir atrofias também em regiões parietais, núcleo estriado, tálamo, hipocampo e amígdala.

O quadro clínico de uma DFT apresenta características como:
·         Alterações precoces de personalidade e comportamento
o   Isolamento social; apatia; impulsividade; irritabilidade; perda do cuidado pessoal e sintomas depressivos.
·         Alterações de linguagem (redução da fluência verbal)
·         Compromisso predominante das funções executivas, contudo a memória encontra-se relativamente preservada.
·         As alterações das atividades instrumentais da vida diária (usar o telefone, cozinhar, gerir as finanças) são acometidas mais precocemente do que as atividades básicas (higiene pessoal). 

Os transtornos de memória devem-se principalmente a défices atencionais e/ou a dificuldades na evocação da informação, pela incapacidade para organizar a informação e mau uso de estratégias.

É típico nos quadros demenciais, a presença de sintomatologia delirante e paranóide, sendo que deve ser dada grande importância a estes sintomas, porque vai interferir ainda mais com o “normal2 funcionamento das actividades do paciente, tornando-se hostis à família e a quem os rodeia,podendo mesmo chegar a ser agressivos.

O tratamento da DFT, é sobretudo sintomático, se apresenta depressão, são indicados antidepressivos durante algum tempo. Podem ainda ser indicados inibidores de acetilcolinesterase, para melhorar o comportamento. Ainda os neurolépticos para ajudar  a inibir a agressividade e impulsividade.