A Depressão

A depressão é uma doença na qual ocorre o aumento exagerado das sensações diárias que acompanham a tristeza.

É uma perturbação do humor, com uma gravidade e duração que podem variar, normalmente é recorrente e pode ser acompanhada por vários sintomas físicos e mentais.

É notada normalmente  quando a pessoa afetada, familiares ou amigos próximos se apercebem da gravidade dos sintomas e que estes persistem já por demasiado tempo.

Ocorre normalmente:

  • humor triste
  • ansiedade
  • perturbações do sono
  • perda do interesse ou do prazer por atividades habituais
  • diminuição da energia e fadiga
  • perda de apetite ou de peso (raramente aumento)
  • auto-recriminação e culpa
  • falta de concentração
  • diminuição do desejo e funções sexuais

Em casos mais graves pode ocorrer:

  • ideação, planos ou tentativas de suicídio
  • recusa da alimentação
  • ideias delirantes e/ou alucinações

O objetivo principal deve ser reconhecer e tratar as depressões. Quanto mais tempo a depressão do doente durar, mais será a probabilidade de se apresentar uma perturbação depressiva. Normalmente os episódios de depressão que duram mais de duas semanas tornam-se doenças depressivas.

depressão

Depressão pós-parto

É chamada de puerpério à fase pós-parto, no qual a mulher experimenta modificações físicas e psíquicas. 

O puerpério inicia-se no momento em que cessa a interação hormonal entre o ovo e o organismo materno. Geralmente isto ocorre quando termina o descolar da placenta, logo depois do nascimento do bebé, embora possa também ocorrer com a placenta ainda inserida, se houver morte do ovo e cessar a síntese de hormonas. 
O momento do término do puerpério é impreciso, aceitando-se, em geral, que ele termina quando retorna a ovulação e a função reprodutiva da mulher. 

Durante esta fase, “é plausível a ocorrência de um certo desencanto, uma vez que a realidade do ser que nasceu difere, praticamente sempre, da fantasia que os pais criam do bebé na sua mente.”

Se a mãe não fizer um trabalho de individuação e adaptação à sua função materna, corre o risco de desenvolver sentimentos de impotência, desilusão, desinteresse, vazio, entre outros sentimentos que podem culminar numa desadaptação à vida tal como ela é no presente e às responsabilidades.

Assim, dependendo do grau de inadaptação, podem ser diagnosticadas três formas de depressão:

  POST-PARTUM BLUES

  •   Tipo de perturbação menos grave
  •   Taxas de prevalência de 50% a 80%
  •   Ocorre nos primeiros dez dias pós-parto
  •   Sintomas clínicos:
    •   Choro, irritabilidade, euforia, tristeza
    •   Ansiedade no relacionamento com o bebé
    •   Hostilidade pelo pai da criança
    •   Alterações do sono e despersonalização
    •   A mãe vira-se mais para si própria e não par a sua cria

DEPRESSÃO MAJOR PÓS-PARTO

  •  Clinicamente identificada como estados depressivos
  •  Taxas de prevalência de 10% a 20%
  •  Pode surgir de seis semanas a um ano após o parto
  •  Sintomas clínicos:
    •  Perturbações de humor
    •  Tristeza profunda
    •  Choro fácil, abatimento, desalento
    •  Oscilação emocional
    •  Ideias suicidas
    •  Perda do interesse sexual
PSICOSE PUERPERAL
  •  Considerado o tipo de perturbação mais grave
  •  Taxas de prevalência de 0,1% a 0,2%
  •  Ocorre geralmente a partir do primeiro dia, estendendo-se até um mês pós-parto
  •  Sintomas clínicos:
    •  Confusão mental
    •  Agitação psicomotora
    •  Angústia
    •  Casos de insónia passando para formas maníacas
    •  Melancolia 
 três formas de prevenção nestes casos, podendo elas ser:

•Primária :
•Implica a redução da incidência de transtornos psíquicos, concretizada pelos profissionais de saúde que lidam com a paciente de forma mais rotineira podendo identificar situações de maior vulnerabilidade.
•Secundária:
▫Tem como objectivo a identificação e redução do transtorno psíquico, essencialmente na sua duração.
•Terciária:
▫Caracteriza-se por reduzir os danos causados na parturiente, na família e na comunidade. Reflecte um trabalho multidisciplinar com o objectivo de fechar o ciclo de estado depressivo prevenindo problemas futuros, levando o paciente a retomar à prevenção primária.