Afasia = Alteração na capacidade para utilizar a linguagem; défice na comunicação resultante de dano cerebral. Também pode definir-se como uma perda adquirida da linguagem, em resultado de um dano cerebral e caracterizada por erros na produção (parafrasias), falhas na compreensão, e dificuldades para encontrar palavras (anomia), ou simplesmente uma perda ou transtorno da linguagem causada por dano cerebral. As afasias associam-se normalmente a lesões na área perisilviana do hemisfério esquerdo (“a área da linguagem”).
Autor: Ana Almeida
Dicionário de Neuropsicologia – Acalculia
Acalculia = Transtorno adquirido das habilidades numéricas. Henschen (1922, 1925) introduziu o termo para se referir Às alterações nas habilidades matemáticas em caso de patologia cerebral.
Conselhos para Cuidadores de Pessoas com Doença de Alzheimer
A Doença de Alzheimer é uma doença gravemente incapacitante, progressiva e degenerativa – ou seja, o doente vai perdendo gradualmente as suas capacidade. O seu comportamento e a sua personalidade alteram-se, o que dificulta a realização das atividades de todos os dias. Os sintomas iniciais, são muitas vezes confundidos com sinais normais do envelhecimento, como perda de memória, desorientação espacial e temporal, sendo que, estes sintomas vão-se agravando ao longo do tempo.
É uma doença que afeta profundamente não só o doente, mas também todas as pessoas que lidam com de perto.
Os medicamentos podem ajudar a estabilizar e minimizar alguns sintomas, devendo ajudar-se a pessoa a adaptar-se à sua nova vida. Devem ser estimuladas as suas capacidades e autonomia, bem-estar e dignidade, devem ser preservados pelo maior período de tempo possível o seu bem-estar e dignidade.
O que posso fazer para melhorar a minha vida e a vida da pessoa de que me ocupo?
- Não se culpe
A falta de paciência que por vezes tem, o sentimento de revolta com a situação e admitir a possibilidade de colocar a pessoa de quem cuida num lar são perfeitamente normais. Não seja demasiado exigente consigo mesmo. A vida do cuidador de um doente deste tipo é extremamente difícil, mas ao mesmo tempo cheia de sentido, pois está a dar o seu máximo para tornar a vida da pessoa que está ao seu lado o melhor possível.
- Cuide de si
Nunca se esqueça que para cuidar bem de outra pessoa tem de zelar por si. Va vigiando regularmente a sua saúde.
- Não fique sozinha/o
Falar com familiares de pessoas com doença de Alzheimer ou outros acompanhantes é fundamental. Afinal, são pessoas que vivem problemas muito parecidos com os seus. Ao trocarem experiencia poderão, quem sabe, encontrar soluções para problemas práticos do dia-a-dia.
Contacte a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes se Alzheimer, informe-se o melhor possível sobre a doença e fale abertamente sobre o assunto com os seus familiares, amigos e conhecidos. Tenha sempre presente que há médicos, psicólogos, terapeutas e voluntários ao seu dispor.
- Transmita positividade
Tente fazer com que o/a doente veja o lado positivo das coias:
- Aconselhe-o/a a concentrar-se no que ainda consegue fazer e não no que lhe é difícil ou já não consegue fazer
- Tente ajudá-lo/a a ultrapassar a frustração. Diga-lhe para culpar a doença e não a si mesmo.
- Aprenda a comunicar com ele/a
Tente encarar com normalidade os seguintes factos:
- o/a doente não compreende o que lhe diz
- não encontra as palavras de que precisa para comunicar consigo ou usa palavras que não têm a ver com o contexto – não identifica objetos, por exemplo.
- Ponha em prática as estratégias seguintes:
- Quando comunica com o/a doente, fique perto dele/a e olhe-o/a olhos nos olhos.
- Permaneça calmo/a quieto/a.
- Fale de uma maneira clara e pausadamente, com um tom de voz que não seja demasiado alto nem demasiado baixo.
- Evite ruídos como os da rádio, televisão ou de conversas próximas.
- Se possível, segure na mão do/a doente ou ponha a sua mão no ombro dele/a.
Durante todas as fases da doença. É muito importante que mantenha uma atitude carinhosa e tranquilizadora mesmo quando o/a doente parecer não reagir às suas tentativas de comunicar com ele/a ou às suas expressões de afeto.
Aprenda a lidar com a agressividade
A Doença de alzheimer também afeta o humor, pelo que o comportamento agressivo é comum. Já pensou no que seria deixar de ser capaz de realizar as tarefas mais banais e rotineiras do dia-a-dia, não conseguir identificar as pessoas e os lugares de sempre, não se recordar de acontecimentos e de rostos familiares? A confusão, a frustração, as oscilações do humor, a instabilidade e a agressividade são infelizmente naturais no/a doente de Alzheimer, afinal, perfeitamente compreensíveis!
Em particular, a agressividade pode manifestar-se de diversas formas: ameaças verbais, destruição de objetos, violência física, etc.
- O que fazer? Tente pôr em prática as seguintes estratégias:
- Procure compreender o que originou a reação agressiva
- Não parta do principio de que o/a doente o/a quer agredir pessoalmente
- Evite discutir, ralhar ou fazer qualquer coisa que se assemelhe a um castigo
- Não force s contactos físicos e deixe bastante espaço livre ao/a doente
- Fale com calma e tranquilizante
- Procure desviar a atenção do/a doente para qualquer outra coisa
- Previna as crises de agressividade:
- Não sendo demasiado exigente com a rotina diária do/a doente
- Deixe que ele/a faça o que ainda consegue fazer – no seu ritmo, sem pressas e sem exigir a perfeição
- Não critique. Elogie (mas não demais!)
- Ajude o/a doente, mas não faça com que pareça que está a dar ordens!
- Procure que o/a doente se ocupe com atividades que lhe interessam
- Assegure-se de que o/a doente faz exercício suficiente
- Esteja atento aos sinais que possam indicar uma crise de agressividade e procure distrair a atenção do/a doente.
Referências:
Alzheimer Portugal. Disponível em http://www.alzheimerportugal.org.
Ministério da Saúde. Disponível em http://www.portalsaude.pt
Médicos de Portugal. Disponível em http://www.medicosdeportugal.saude.sapo.pt
O calvário do luto
No final da noite, a luz
O luto é um estado de não-vida dentro da vida. Começa com o anúncio da morte da pessoa que amamos, invade a nossa mente nos meses que se seguem, parece que se eterniza, dá um aperto no coração e uma sensação de corpo vazio. Só muito lentamente, de uma forma imperceptível, ele se retira para deixar espaço novamente para vida normal. Esta é uma das provas mais difíceis da nossa existência. Várias etapas pontuam o longo caminho para o enlutado, o acompanhamento por parte dos familiares é importante, mas nem sempre é suficiente. Quando o processo de luto normal pára, numa das fases, o luto pode tornar-se patológico, a ajuda de um profissional é essencial para recuperar o gosto pela vida.
- As fases do processo
O Luto é um processo em que a pessoa “trabalha” sobre si própria para se adaptar à perda da pessoa amada. Este processo leva tempo, muito tempo, tem várias fases. Na primeira, predomina a negação, na segunda, a pessoa percebe realmente o que aconteceu, e a terceira começa quando o enlutado se começa a recuperar.
1.1. A Negação
“Isto não é verdade.” A pessoa nega a realidade da morte. A negação serve para proteger a mente de uma sobrecarga emocional. Reconhecer e aceitar a inevitabilidade da morte de um ente querido é um choque muito grande. O anúncio de morte é equivalente a uma pancada forte na cabeça, mesmo quando a morte resulta de uma doença grave, cujo prognóstico era conhecido. A pessoa fica num estado de perplexidade, as emoções podem ficar “dormentes”, e a pessoa age como que de uma forma mecânica. Por vezes, há pessoas que durante alguns dias não são capazes de chorar, contudo, confrontadas com a violência de emoções, vendo o corpo o corpo sem vida pode ajudar a afastar a negação. Da mesma forma, o funeral, pelo ritual e pela presença de familiares e amigos, pode ajudar a pessoa a cair na realidade do luto, aos poucos, esta realidade da morte vai-se integrando no pensamento da pessoa. No entanto, no pensamento dessa pessoa, a espera por um milagre continua a fazer sentido, busca silenciosa e secretamente a espera por um retorno impossível.
Esta primeira fase onde prevalece a negação, não deve ser confundida com a aparente perda de interesse, que pode estar presente através de tarefas “hiperativas”, ou seja, algumas pessoas, nesta fase, não se permitem a um momento para respirar, ficam deslumbradas pelo trabalho, fogem da inatividade, na qual podem ser “apanhadas” pelas emoções. Sentem-se oprimidas e recusam-se a entrar no verdadeiro luto. A dor permanece camuflada, e pode vir ao de cima perante uma nova morte, que afeta a pessoa e substitui uma dor pela outra, ou pode ser somatizada. Isto é chamado de atraso ou inibição do luto.
1.2. O confronto com a ausência
A perda da pessoa amada é muito sentida porque tudo falta: cumplicidade, a intimidade compartilhada, todas as memórias, os seus carinhos, as suas palavras meigas, os seus gestos, o seu olhar, até mesmo o ritmo da respiração á noite, o calor do corpo na cama… A ausência é muito longa, infinitamente longa, as horas nunca mais passam. Os dias passam, um após o outro, da mesma forma, sem ele ou sem ela… Conforme o tempo passa mais a sua ausência é sentida. A pessoa vagueia entre as suas quatro paredes, sem saber o que fazer com seu o desespero. Por vezes dá vontade de ligar à pessoa desaparecida, implorando-lhe que volte, gritar pela sua ajuda, com as emoções a transbordar. O enlutado sabe que isso é impossível, mas explode….
Ela quer voltar, apagar e começar alguns episódios, mas é tarde demais, tudo está escrito, definitivamente. Todos os pensamentos convergem no falecido, também por medo de esquecer, as roupas do outro são inalados para encontrar o seu perfume, o seu rosto é nomeado na memória para verificar se os termos preferenciais ainda estão lá… imperceptivalmente, a relação é reconstruída dentro de si mesmo.
A dor da perda é imensa por vários meses. De semana para semana, ela até parece crescer, deixando a pessoa sentir que não pode ser pior, o peito aperta, dia a dia, uma e outra vez. Diz-se que isto vai passar com o tempo, mas é exatamente o oposto: fica pior! Fazer essa observação é enlouquecedor. O luto é misturado com o medo de enlouquecer.
Sem descanso, excepto dormir com comprimidos, muitas vezes poucas horas, duas ou três, raramente mais. O inconsciente não assimila a mudança, e os sonhos continuam a encenar a ser desaparecido como se nada tivesse acontecido. O despertar é regularmente trágico, nesse momento o enlutado é confrontado com o terror do vazio. Os lugares são assombrados, animados de memórias dolorosas desde que ele ou ela não está mais por perto. Os sons familiares, como um carro entrar na garagem, o toque do telemóvel, um barulho dentro de casa, servem para reavivar a esperança louca de um retorno. Numa fração de segundo, a pessoa diz que é o seu marido (esposa) que retornou… Cada vez que isto acontece, volta a decepção e a necessidade de enfrentar a realidade.
O sofrimento é tal que o suicídio é uma grande tentação. Considerar a morte pode ser a última defesa a que a pessoa se agarra para acabar com a provação que está a passar, a ideia de morte parece dar-lhe uma espécie de alívio. Paradoxalmente, a fantasia de se matar a si próprio, ajuda a sobreviver a mais um dia difícil desta prova. Durante este período, a pessoa está no fio da navalha, porque o perigo da passagem ao acto nunca é excluído. É por vezes mesmo real e ao contrário da crença popular, não é porque a pessoa fala sobre ele que não o vai fazer.
A pessoa que perde alguém, trava uma verdadeira luta interior para continuar a viver, sentindo-se ela própria morta por dentro, a existência perdeu o significado, ela também está absorvida no “túmulo”, e a dor grita. Sente-se mal, tão mal, dentro deste invólucro carnal que a mantém sobre a terra…. tem a sensação de ser condenada a viver. Ela já derramou muitas lágrimas, mas continuam a jorram sem parar. O sofrimento não tem sequer a decência de não derramar se mostrar em público, a vergonha de não ser capaz de se conter, empurra a pessoa para dentro de casa. Quando está sozinha, a dor é mais difícil de suportar, as emoções estão cansadas de estar retidas, a pessoa desespera pro sair deste inferno… sente-se que vai morrer de tristeza.
1.3. Luz ao fundo do túnel
O enlutado está preso num mundo doloroso que se sente incapaz de olhar para um futuro melhor. O sofrimento deixa-o tão cego que ele é incapaz de ver uma luz e o sol a brilhar ao fundo do túnel. Já não tem os recursos para encontrar dentro de si a força para acreditar que a sua dor pode diminuir, ou até passar, e, portanto, não se consegue agarrar à ideia de um depois mais sereno, e muito menos, mais feliz. É apenas no final do processo de luto que isto será possível. Enquanto isso, vai ouvindo os outros dizendo-lhe que é isso é possível. Mesmo se essas palavras parecem não atingir a pessoa, é necessário repetir constantemente esta mensagem para que, um dia, sem uma compreensão clara de como uma mudança imperceptível ocorreu, essa pessoa possa ouvir e receber essa informação e aceita-la. Nesse momento, pega a sua carga de dor tão pesada nos braços, e avançar em direção à luz. Gradualmente, os sorrisos serão mais numerosos, também irá retornar o riso e, em seguida, o prazer de viver. Algumas datas importantes, como o aniversário da morte e as circunstâncias da vida, como o casamento dos filhos, irão reativar o luto, como uma cicatriz que se sente em momentos de “tempestade”.
- Reações das pessoas mais próximas
Claro que, depois do funeral, apesar das promessas, alguns membros da família ou amigos se manifestam relativamente à situação, há o mais leal, o mais cuidadoso, o mais presente, fazendo tudo o que podem para aliviar o peso da dor da pessoa. No entanto, meses se passaram sem que a pessoa dê um passo em frente para seguir com a sua vida normal. As pessoas mais próximas sentem que os seus esforços são em vão, que fracassaram e desanimam, sentem-se impotentes, e por vezes chegam a ser rudes e agressivos para com a pessoa em questão “Mexe-te!”, “Anima-te!” , “Vê se ganhas vontade de fazer alguma coisa!” como se se tratasse de vontade. Estas palavras causam reações contraditórias na pessoa em causa, fica um pouco magoada, entende mal estas palavras, sentindo-se culpada por não ser mais forte. Contudo, há outras pessoas próximas, altamente disponíveis a esgotar todas as tentativas, frente a esta situação, e continuam a ouvir silenciosamente e mostrando compreensão da sua parte. O luto de um ente querido confronta-nos com a perspetiva da morte, os meses seguintes podem ser muito difíceis de ultrapassar e “manchar” a nossa felicidade para sempre. É necessário estar muito atento e ajudar a reorganizar as ideias e sentimentos, para que essa pessoa se possa reorganizar nesse sentido.
As pessoas mais próximas podem ajudar de diferentes formas. Em primeiro lugar, não devem ser desanimadores e devem manter uma presença regular com a pessoa em causa, embora essas investidas possam ser recusadas, não se devem afastar por um período de tempo muito longo, devem continuar a oferecer apoio, e uma relação intima privilegiada, longe da multidão, porque um dia qualquer, o enlutado vai aceitar a ajuda e sair do seu isolamento. Acompanhar ao cemitério também é uma coisa boa, porque estes rituais têm uma função simbólica, sentem-se ligados à pessoa que perderam, facilita a integração da ausência dessa pessoa. Podem sugerir-se como forma de apoio a execução de rotinas em conjunto, como rezar, ouvir a sua música preferida para homenagear a pessoa desaparecida… Pode aconselhar-se o enlutado também a manter longe do pensamento a imagem da urna funerária, ajudando a lembrar outros momentos mais felizes do casal, ou da relação em causa. A imagem da urna é mórbida, mas muitas vezes é a ultima imagem que permanece no imaginário dessas pessoas.
Por vezes, as pessoas mais próximas, com medo de acordar o sofrimento do enlutado, evitam falar sobre o falecido, o que não deve acontecer. O enlutado teme que o falecido seja rapidamente esquecido, e é preciso lembra-lo que este não é o caso. Por outrolado, deve por-se à prova, precisa sentir a dor para esvaziar as suas memórias das emoções negativas e voltar a confiar. Este caso é especialmente importante nas crianças, porque precisam de sentir que o outro não vai entrar em colapso e sentirem-se seguras com quem resta a seu lado. Além disso, deve mencionar-se falecido, seja nos aspetos positivos como negativos – como qualquer um, não era perfeito – para que não seja idealizado como um ser perfeito, este ponto não deve ser esquecido porque a idealização positiva dos desaparecidos é uma coisa comum e dificulta a resolução de luto. Aumenta a culpa, porque enfrentar alguém ideal, põe-nos como pessoas com menos valor e reprováveis, impedindo que os outros “cheguem aos calcanhares” do falecido, dificultando a aceitação da morte.
- Complicações do luto
O luto é provavelmente o teste mais exaustivo de todos. O caminho para chegar ao fim é muitas vezes caótico. Vários fatores podem influenciar a sua evolução num sentido positivo ou negativo:
– A natureza da relação com o falecido (pai / filho, marido, amigo, uma relação conflituosa ou terna…)
– As circunstâncias da morte (doença, homicídio, suicídio, acidente, com dor ou não …)
– O grau de dependência da mesma (dependência emocional, financeira …)
– O tempo de acompanhamento durante a doença,
– O sexo da pessoa (há diferenças na expressão da dor se for masculino / feminino)
– A acumulação ou não de trauma passado
– Etc.
O suicídio, por exemplo, deve ser considerado um grande trauma para aqueles que permanecem vivos. Ocorre nestes casos, um abandono deliberado que coloca a pessoa em questão como pouco importante, sentindo-se indignada por não ser importante o suficiente para o impedir de se matar. O suicídio é uma forma de morte que deve ser justificada. Além disso, os sobreviventes também podem ser tentados a cometer o ato irreparável ou para se juntar ao falecido, quer para pagar os erros de que se sente culpado ou ainda para se desligar da dor.
A culpa excessiva do sobrevivente é uma das complicações de luto. Dada a forma absurda da perda da pessoa amada, a revolta e a raiva podem tomar dimensões de um estado de “loucura”, de difícil controlo, até mesmo de revoltar contra si próprio, o luto pode continuar indefinidamente. Chorar a pessoa amada pode tornar-se também crónico, quando a pessoa não se resigna a dizer “adeus”, permanecer na dor é uma maneira de ficar perto do falecido.
Durante o luto de uma criança, os pais são bombardeados com perguntas e tendem a tomar sobre seus ombros toda a responsabilidade do drama. Um aborto não é um evento trivial porque já investiram sentimentos e idealizações no feto. Chorar uma criança natimorta também é muito difícil, nestes casos, muitas vezes, é positivo que os pais possam ver o seu filho para que ver uma realidade daquilo que eles imaginaram durante nove meses. Aqui também o pai deve ser considerado enlutado. Após a morte de uma criança, é essencial que passem por todas as fases do luto e que este fique bem resolvido, uma vez que, o próximo filho poderá muito bem ser um substituto do primeiro e não ser amado por si mesmo.
- O psicólogo
Várias situações exigem o recurso a um profissional da psicologia:
– Luto dura meses sem que a dor diminua;
– A tentação do suicídio é diária, e já se desenvolveu um plano de ação;
– A pessoa lentamente se autodestrói (anorexia, bulimia, alcoolismo, drogas, não se entrega ao trabalho, etc.);
– A pessoa, mesmo depois de dois ou três anos, é incapaz de fazer novas amizades ou ligações;
– A pessoa tornou-se amargurada com a vida, negativo;
– A perda do ente querido está difícil de superar, o enlutado sente que esta perda interrompe o curso da sua existência.
Todas as provações da vida vêm à tona durante um luto e, inicialmente, esta avalanche de sensações assalta a pessoa. Este sofrimento pode ser entendido como uma aprendizagem, que deve ser parte da história humana. As sessões com um psicólogo permitem construir pontes sobre essas falhas e abismos, como uma mão que nos ajuda a atravessar para o outro lado. Aqui não ocorrem julgamentos nem críticas, nem ninguém é condenado, apenas é ajudado a aceitar a nova condição da vida. Lentamente, ao expressar as emoções de desgaste, as memórias são purificadas como se as lágrimas tivessem limpo a dor. Durante o intercâmbio com psicólogo, são revelados os medos, sentimentos de culpa… para que possamos de uma forma consciente pensar sobre o que fazer, continuar alimentar esses sentimentos negativos ou deixá-los derreter como neve ao sol?
Sim, as coisas boas ainda nos esperam, hoje, amanhã, em breve … Quando a turbulência causada pela perda do amado passa, podemos continuar a nossa existência de um modo diferente, mais capazes de nos alegrar com coisas simples, mais conscientes da alegria de viver, o luto é longo…
Como afastar pensamentos negativos
Temos entre 40,000 a 60,000 pensamentos por dia!
85% das coisas com nos preocupamos acabam por ter um resultados positivo ou neutro.
Mesmo quando as nossas preocupações se tornam realidade, cerca de 80% das pessoas dizem que lidaram melhor com o problema do que estavam à espera.
Apesar dos pensamentos negativos serem normais, estar constantemente a pensar neles – o que os cientistas chamam “ruminação” – leva ao aumento da ansiedade, depressão e sensação de desamparo.
ENCONTRE ALTERNATIVAS
De uma forma consciente, desafie um pensamento negativo sobre um evento, tentando encontrar explicações alternativas para o que o causou. tente ver as experiência negativas como situações menos felizes que não são permanentes (otimismo aprendido).
TENTE O PESSIMISMO DEFENSIVO
Considerar o pior cenário possível para o caso, pode realmente ajudar a diminuir as preocupações, se você tiver estratégias para o evitar.
APRENDA A AFASTAR OS SEUS PENSAMENTOS NEGATIVOS
Reconheça-os e tente vê-los como se alguém lhe disse-se isso a si. Depois considere:
Alguém se iria realmente preocupar se você disse-se isso?
Quando se sentir em baixo, pense no que um amigo verdadeiro lhe diria ou argumentaria a cerca disso.
Sendo mais conscientes dos nossos padrões de pensamentos podemos optar por ser mias positivos:
- Examine as razões dos seus pensamentos negativos. São reais?
- Enfrente os pensamentos com um mantra “Isto também vai passar”
- Tente a meditação: foque-se no momento presente e respire fundo algumas vezes
- Tome medidas para seguir em frente. Trabalhe em direção a um objetivo com significado.
- Preste atenção a experiências adversas que causem pessimismo
- Recorde crenças negativas que lhe surgem e as suas consequências
Ajude alguém que necessite, vais afastar os seus pensamentos e os problemas e aumentar a sua auto-estima.
PENSE: o que pode vir de bom desta má experiência? Pessoas que se envolvem no beneficio da procura de soluções têm menos pensamentos perturbadores, menos negatividade e muito mais significado nas suas vidas.
ACEITAR EMOÇÕES NEGATIVAS PODE SER UM CAMINHO PODEROSO PARA SEGUIR EM FRENTE
MAS LEMBRE-SE, aprender a modificar pensamentos negativos leva tempo, seja paciente.